26.3.07

Cartas de Amor

No início do nosso namoro foi marcado por muitas cartas e cartões, alguns entregues, outros guardados apenas no coração. Morávamos em cidades separadas, apesar de próximas geograficamente, para nós, apaixonados, a distância entre Porto Alegre e São Leopoldo parecia imensa! Nos vendo apenas aos finais de semana, prolongávamos ao máximo o domingo para que não precisássemos nos separar. Quem sempre ficou com a difícil tarefa de ir embora foi o Sandro. Ele não me deixava passar trabalho, ter que pegar um trem ou então me aventurar na BR. Ele que vinha sempre muito bem disposto, para ficarmos juntos a maior parte do tempo possível. Quando chegava em casa, já tarde da noite de domingo, ele me ligava, para avisar que chegou bem. Até esse momento o meu coração não se aquietava e eu precisava ocupar a mente com alguma coisa, para não sentir a saudade que já começava a tomar conta de mim. O que eu mais fazia era procurar um papel bonito e uma caneta boa de escrever e começar a escrever para ele, contando as sensações do fim-de-semana, do que eu havia sentido em mais um momento que passamos juntos.

Mas nem sempre as cartas eram só de saudade, às vezes eram de cobrança, porque ele ficara trabalhando e não pudera me ver. Muitas dessas cartas não foram entregues, pois depois de relê-las, sempre achava injustiça e não entregava.

Hoje, em que praticamente moramos juntos, a situação já é bem diferente. As conversas e as cobranças vêem pessoalmente, ao pé do ouvido, quando no escuro do nosso quarto somos um só coração em dois corpos. Às vezes consigo arrancar alguma coisa daquela cabecinha que insiste em viver no mundo de ostra dentro do qual eu o conheci, mas na maioria das vezes quem desabafa, quem chora, quem demonstra toda a fragilidade sou eu. Me critico por isso, por ser tão sensível, mas ao mesmo tempo me considero autêntica, não tenho meias-verdades, falo e demonstro o que sinto.

Agora ele reclama da ausência das cartas, mas o fato da freqüência delas ter diminuído não significa que o amor ou o carinho diminuíram, muito pelo contrário, significa que estamos amadurecendo e conseguindo falar mais do que escrever. Mesmo com esse blog, que foi também uma forma de aproximação, o fato de me esconder menos atrás do papel e da caneta revelam a solidez que estamos buscando para nossa relação. Acredito que estamos no caminho certo, basta que aumente um pouco a reciprocidade quanto a se abrir, que as conversas às escuras não sejam discursos solitários e sim, troca de idéias!

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